11 - SOUTH AMERICA HUNTING

Os cães, diretos descendente do lobo, deveriam ter uma rotina de exercícios similares, mas na maioria das vezes isto não ocorre. Ao igual que a sua alimentação, os lobos diariamente, acordam entre quatro e cinco horas da manhã, independentemente do habitat, região, continentes, clima, idade e prenhês. Sabe-se que cadelas de lobos prenhas, se exercitam caminhando todos os dias até o último dia do parto, a só ou acompanhada da mantilha e seu recorrido pouco variável, em forma de circulo alcança uns cento e cinqüenta kilômetros, mantendo uma velocidade de dez kilômetros por hora, perímetro que fazem diariamente. Retornando a o seu cubil após o escurecer. Isto significa quase o dobro da prática dos aborígenes australianos, que varia entre quarenta e sessenta kilômetros em dias alternados. Os lobos em seu percurso vão se alimentando, principalmente de roedores, ovos, insetos, aves, filhotes, e na sua dieta incluem hortaliças, raízes e de vez em quando uma grande presa que se diferencia dependendo do se habitat. Os restos dos alimentos que sobram das caçadas, os enterram debaixo da terra, marcando o local com urina, fezes e suor que derramam por meio de seus pés, como notamos, além de terem grande movimentação, a sua alimentação é basicamente proteína animal pura. Por este motivo acumulam-se grandes quantidades de ATP que mantém a sua musculatura em contínuo movimento, não devemos esquecer que o ATP é o combustível dos músculos, conseqüentemente, a resistência. Por isso quando saímos a passear com os nossos cães devemos ter presente que é só um passeio e não uma exercitação, muito menos um treinamento para participar de uma competição. Os cães salvagens, ancestrais dos cães atuais já dependiam do faro para se alimentar, inclusive à noite. Isso continua acontecendo até hoje, como os cães selvagem da África e como os Dingos da Austrália. Devido a sua visão não ser tão boa como a dos outros cães que dependem dela para caçar, como no caso do Greyhound e outros lebreles que enxergam a grandes distâncias, mesmo com muita dificuldade para definir cores, normalmente a cor que entra na sua retina e que o cérebro reconhece a cor AMBAR, algo similar a um filme antigo. Nos últimos 700 anos, foram os mais importantes para que o faro comece a ter a importância que deveria e mais com a chegada das armas de fogo, alguns criadores da elite européia, como monarcas, príncipes, condes e etc. Começavam a colocar sangue de cães de grande faro à suas criações. Como se sabe, o esporte favorito da antiguidade era a prática da caça com cães. As metas alcançadas foram incríveis, em pouco tempo, portugueses, espanhóis e franceses já disponiam de raças definidas, algumas para perseguição, outras para portar, retrievers e outras de apontar. Apesar de que todas tiveram seus países de origem, a maioria passava pelas mãos dos ingleses, que com muito conhecimento, trabalho e paciência, fizeram extraodinários cruzamentos que se tornariam as grandes raças do mundo todo. O cão que geneticamente herdou esse trabalho de seleção de faro foi o bloodhound, aproveitando o tamanho da sua cabeça e por conseqüência, o tamanho da cavidade nasal, os ossos turbinados, ossos etmóides, nervos olfativos e uma poderosa frente acompanhada do imenso cérebro onde a memória se desenvolve. Transformo este cão numa máquina selecionadora de odores, as membranas olfativas se espalham por toda a mucosa nasal passando entre os olhos e atingindo a frente, ficando à curta distância do cérebro e separado somente por uma fina membrana que o separa do cérebro e que se intercomunicam por meio de mensagens elétrica. Essas mensagens são codificadas e enviadas ao resto do corpo via muscular, então é aí que a reação atua. No caso de perigo, a reação será a de se afastar imediatamente do lugar, essa reação virá quando o seu corpo tenha elevadas quantidades de adrenalina. Caso a mensagem seja de odores de alimentação, a reação será de aproximação. Todos os nossos cães de aponte, atualmente possui grandes dozes de sangue bloodhound. Ainda não se sabe qual cão possui maior poder de faro, herdado do bloodhound. Alguns estudos indicam o SETTER INGLÊS DE COMPETIÇÃO e outros, OS POINTERS DE COMPETIÇÃO, eu pessoalmente considero os dois mesmo com estilos diferente, como por exemplo, o Setter fareja o ar procurando partículas de odores a uma altura considerável do solo ou da vegetação. O pointer por sua vez, levanta a cabeça por cima da vegetação, e se dirige ao local do possível odor em línea reta, como se fosse puxado por um fio invisível, mas isto não significa que o seu poder de faro seja superior. Eu já vi pointers procurando partículas de odores entre à vegetação rasteira e também vi Setters entrando na vegetação com a cabeça alta como o pointer. Logicamente que a explicação para estas atitudes atípicas, como o local que se caça. A terra pode possuir grandes quantidades de minérios como o enxofre, ferro e calcário que atrapalham o faro e a temperatura ambiente nesse momento. Sabemos que as perdizes, codornas, perdigões e muitas outras aves, ao perceber o perigo, a adrenalina sobe à níveis altos causando medo, automaticamente a pele solta por meio das penas, o suor causado pelos altos níveis de adrenalina, e esse suor que sai do corpo da ave em pânico o que o vento leva em forma de funil até o nariz do cão. Dependendo da temperatura no local, essas partículas se deslizam sobre a vegetação, Por exemplo, num dia normal, durante as primeiras horas da manhã, com uma temperatura em torno de vinte graus Celsius, as partículas de odor se manterão dentro da vegetação ou levemente sobre ela. Em conseqüência disso, o cão procurará as partículas nessa altura, durante o período de mais calor, e a evaporação das gotas de orvalho e o vapor vegetal sobem. Sobem também os odores, e é por isso que o cão tende a levantar mais a cabeça na procura dessas partículas. Os odores que a codorna, perdigão e etc emitem, nós vulgarmente o chamamos de CHEIRO DE MEDO, fortalecendo assim a filosofia, que a causa deste odor é a alta concentração de ADRENALINA. Quando iniciei a criação de pointers foi por vocação, e amor à raça. Desde criança compartilhava com meus pais, tios, avós, primos e amigos, logicamente naquela época os pointers eram chamados de perdigueiros e a maioria era sem raça definida. Ao passar do tempo a minha paixão pelos pointers foi em aumento e o conhecimento devia ser parte desse crescimento, foi então que as pesquisas foram aumentando até descobrir que existiam pessoas que tinha domínio pleno do tema aos quais contatei e foi então que comecei a participar das reuniões de pointerman., Agora já era só ter um pointer, ele teria que ser bom, ter pedigree, estar dentro do standard e ser um bom caçador. Não demorei em conseguir, já tinha o que sonhava um belo cão, com pedigree, bom caçador, então só faltava ter um canil e vários reprodutores, e assim de simples, um belo dia acordei e percebi que no meu canil já tinha quarenta cães, entre filhotes e adultos. Minha paixão era tão grande que não me incomodava à quantidade, até que a visita de um amigo que futuramente viria a ser o meu professor de genética, um grande pointerman, e ele me deu uma idéia ao ver tantos cães, ele me disse: Por que você não cria pointers de competição, teria bem menos e seriam melhores, e foi então que me desfiz de todos os meus cães e adquiri novos cães com novas genéticas, e novos livros que me deram conhecimento suficiente para criar pointer de competição ou pointers de prova, os verdadeiros FIELD TRIAL, o TRIALER, como são conhecidos no mundo todo. Foi então que percebi que tinha começado uma difícil e árdua tarefa. Se educar os anteriores pointers meigos, dóceis, de olhar cansado e lento era difícil. Imagina o que seria levar essas máquinas de competição no campo, somente pensar nisso me fazia perder o sono, mas com os primeiros filhotes o mundo mudou só de olhar para eles sentia seus poderes, sua arrogância, temperamento forte, super ativos, sempre predispostos a trabalhar e a sua beleza era fascinante, olhos escuros e grandes, orelhas curtas, estrutura atlética, cabeça com stop marcante, e ejes craniofaciais convergentes, narinas escuras e bem abertas, rebitada, pescoço sem papada e comprido, tórax forte e musculoso nas três dimensões, grupa curta, esternon visível, e grandes angulações traseiras, com metatarsos curtos e dedos juntos, a alegria de ver estas mini máquinas se desplaçando a grande velocidade no campo era diferente de todo o que já tinha visto. O prazer era infinito, e continua sendo, criar pointers é maravilhoso, e criar pointers de competição é fascinante. Muitos de vocês já devem ter visto as fotos dos meus cães trabalhando, do estado de ânimo que demonstram, da sua magnífica estrutura e de seu inegável estado atlético. O mais importante está oculto atrás da foto, que é a sua velocidade mantida por longos períodos de 50 km por hora, ou seja, 12 metros por segundo, e com mínimos descansos de 10 minutos, mesmo que pareça absurdo, não significa muito comparado com os GREYHOUND, que atingem 64 km por hora, fazendo 17,5 metros por segundo. Os resultados não são secretos para ninguém, tudo se focaliza na ALIMENTAÇÃO, EXERCITAÇÃO E TREINAMENTOS DIÁRIOS, que variam dependendo do cão, entre 10 e 20 minutos no período da manhã, entre as 7 às 9 horas, podendo ser no período quente, entre as 6 e 8 horas, devido que a sua primeira refeição não deve ser dada após 10 horas, para que tenha tempo suficiente para metabolizar, antes da segunda refeição que ocorre invariavelmente, entre 16 e 17 horas, como dá para perceber os cães preparados para a temporada de caça, e os de competição se alimentam DUAS VEZES por dia, mantendo dessa maneira os músculos carregados de energia e sua barriga não fica estufada comendo tudo numa só refeição. Esta energia que contém a musculatura é chamada de ÁCIDO TRIPLE PIRÚVICO ou ATP. Para compreender melhor falaremos DOS MÚSCULOS. Basicamente nosso corpo está composto de três tipos de músculos: estriados, lisos e do coração. Para nosso propósito me concentrarei em falar dos estriados, mesmo que se deva mensionar as características dos três. MICROSCOPICAMENTE, os músculos estão construídos de fibras ou células filamentosas e no interior destas células, temos dois tipos de proteínas chamadas de MIOSINA é ACTINA, as quais são contratíveis e dão essas propriedades aos músculos, colocando-se de forma paralela, estas proteínas contratíveis são as partes menores, com propriedades móveis de cada músculo, se estas proteínas não podem se contrair, os músculos perderão a movimentação e conseqüentemente o cão ou algum outro indivíduo ficaria imóvel. Outras das estruturas celulares importantes são as mitocôndrias e o citoplasma. A mitocôndria é a responsável de liberar a energia, ou seja, queimar calorias, tantos os grasos quanto os glucosos, como os açúcares o citoplasma é o encarregado de armazenar a glucosa, ele contém as enzimas necessárias para metabolizar os nutrientes, e utilizá-los como energia esta energia é a que faz contrair e esticar as fibras musculares, dando dessa forma, movimentação aos músculos,quando a corrente sanguínea provê aos músculos oxigênio suficiente, ácidos grasos e glucosa, eles podem elaborar uma substância chamada de ATP, tão conhecida por nós, criadores de cães de competição, mesmo sabendo-se que os biólogos e químicos a denominam de FOSFATO TRIPLE DE ADENOCINA, as quais tomam suas energias das proteínas ACTINA E MIOSINA para poder se contrair. Como observamos a energia necessária para os movimentos musculares, provêm do ATP. Sempre é bom lembrar que os músculos não são tanques de combustível, o máximo que podem armazenar são pequenas dozes, equivalentes a 5 ou 10 minutos de esforço contínuo, ou trabalho forçado, após isso os músculos começam a se auto-abastecerem dos nutrientes ingeridos e glucosados que chegam aos músculos por meio da corrente sanguínea. Por isso é fundamental uma alimentação com grandes quantidades de proteínas animal. Não desanime, ler é saudável e melhora nossa cultura cinófila, tanto para vocês que lêem, quanto para mim, que relembro o que durante tantos anos estudei. Abraço, ARMANDO.